quarta-feira, 28 de setembro de 2005

nada (é) muito

há dias em que eu me esqueço
esqueço que sou eu
esqueço que sou gente
esqueço que respiro
esqueço que tenho fome,
estômago,
enjôo,

tudo parece mais branquicento

nesses dias em que eu me esqueço
esqueço da casa,
esqueço de comprar chicletes
esqueço das contas do mês,
esqueço dos nomes
esqueço do colo
esqueço de ass(ass)inar papéis

há dias em que eu me esqueço.

nesses dias tenho a vida.

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um poema ao dia de hoje, 28 de setembro.
o dia que me esqueço.
aqueço a memória do que esqueço.
hoje é o dia que tenho que lembrar de esquecer. ou esquecer de lembrar. ou lembrar de apenas lembrar.
lembranças, e nada mais.

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