Da segunda vez, a reconheceu instantaneamente por seus gestos mas, desta vez, o que antes lhe parecera grotesco lhe atraiu simpatia. Ele a cumprimentou, timidamente, mas ela estava absorta demais em algo que ele insistia em chamar de dança, e sorriu apenas.
Na terceira vez, ele voltara ao bar na esperança de conseguir vê-la. Passara a noite inteira de olho na porta, torcendo que ela chegasse, mas ela não fora. O bar parecia demasiado grande e vazio sem a presença daquela moça tão singular. Na saída, ele reconheceu aquele andar partindo de outro bar e, ao cruzar com ele, ela sorriu entusiasmada e lhe dirigiu a primeira palavra: "amanhã".
Era a quarta vez que se encontravam. Ele se sentia desarticulado e tímido. Ela lhe parecia linda e delicada, os movimentos nunca lhe pareceram tão harmoniosos, e ele sabia serem seus olhos que assim viam, sabia que ela ainda era a mesma moça desritmada da primeira noite. Ela sorriu, o tomou pela mão, lhe estendeu uma bebida: Vamos dançar? Desculpe, eu não danço... Nem eu, vamos dançar? O sorriso lhe era tão irresistível, que ele foi.
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2 comentários:
Uma única coisa a dizer: seu blog está ficando irresistível! Escrever sempre é a melhor forma de escrever cada vez melhor. Beijoca!
Obrigada, querida!
Isso me emociona e me empolga a continuar escrevendo!
Seu blog é uma delícia também, aliás, ando com saudades dele...
Um beijinho pra ti!
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