terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Paixões desgastadas ou cenas de uma vida que não minha 1

Prólogo:
uma residência qualquer, 3 horas de uma tarde qualquer de domingo. uma mulher qualquer fita o telefone com uma expressão preocupada e irritada, enquanto muda insistentemente o canal da televisão que ela não assiste.

Cena 1:
(telefone toca)
(ela)-Alô?
(ele)-Alô! Oi meu bem, sou eu.
(ela)-Francisco? Onde você andava?
(ele)-Como assim? Eu te disse que ia passar uns dias na casa da Maria!
(ela)-Como assim, "passar uns dias na casa da Maria"? Que história é essa?
(ele)-Ué, querida, eu te falei, lembra? Naquela noite, voltando do Bar do Tonho...
(ela)-Francisco, tudo bem que eu tinha bebido bastante, mas posso jurar que você não me disse nada! E mesmo assim, que história é essa? O que é que você está fazendo na casa duma safada?
(ele)-Ei! você ficou louca? bebeu de novo? Ela tá mal por conta do divórcio e me pediu um ombro!
(ela)-Um ombro, sei! Ela quer é te pegar de jeito! Vagabunda!
(ele)-Você tá drogada? Como é que pode falar assim da minha irmã? De fato, você está louca!
(ela)-Francisco Pereira de Souza, você não tem nenhuma irmã chamada Maria, a menos que o Pablo tenha virado travesti e mudado de nome!
(ele)-Você me chamou de quê?
(ela)-Não chamei de nada, mas deveria ter chamado. Cara-de-pau, salafrário...
(ele)-Não, pára! você me chamou de Francisco Pereira de Souza. Esse não é meu nome! Eu sou Francisco Antunes... Quem tá falando? é a Ana?
(ela)-Que Ana? É a Paula...
(ele)-...
(ela)-...
(ele)-É do 21346785?
(ela)-Não, é 23146785.
(ele)-Desculpe, foi engano.

Epílogo:
uma residência qualquer, 3 horas e 5 minutos de uma tarde qualquer de domingo. uma mulher qualquer fita o telefone com uma expressão chocada e confusa, enquanto muda insistentemente o canal da televisão que ela não assiste.

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