quarta-feira, 20 de abril de 2011

Y que vengan los veinte y seis.

E chega ao fim minha juventude. ou, antes, a primeira metade dela.

Entro na segunda faixa da população: aquela que é mais economicamente ativa; a partir de agora, dimimui o valor do seguro de automóvel para as mulheres, já que chego ao auge da minha fertilidade, e mulheres assim costumam ser mais cuidadosas.

Também significa que eu já posso usar renew da Avon, ou chronos da Natura. já é hora de morar sozinha. já deveria ler Cláudia, e espera-se que em breve eu encontre um homem também economicamente ativo, que formemos um casal, que moremos em um apartamento com um gato ou cachorro e em dois ou tês anos, arrumemos para os nossos pais os tão sonhados netos. Sou adulta, enfim.

Algo assim deveria ser o plano ou o esquema da minha vida. Mas, confesso, nada disso ainda é parte efetiva dela. exceto, talvez, o lance da fertilidade, e o fim da juventude. O mundo é hoje muito diferente daquilo que eu sonhei há dez anos. infinitamente diferente daquilo que eu planejei quando tinha quinze. Confesso que é um pouco frustrante ver que vários dos seus planos se perderam no caminho, que outros continuam os mesmos mas ainda não passam de projetos, e que outros parecem cada vez mais impossíveis, mas a chegada de um novo ano, e aquele desejo de aniversário feito no soprar das (26) velinhas, renovam as esperanças desde coraçãozinho de que alguns deles sairão dessa vez do projeto. e ver quanta coisa eu fiz no ano que se passou ajuda a dar aquele ânimo bacana pra soprar todas a velas de uma vez só.

Mas a verdade é que adoro meu aniversário. quando criança, amava  o fato de ter nascido em feriado, de ter sempre folga e de pensar que o dia era só meu. quando descobri que outras pessoas compartilhavam a data comigo, a frustração primária pela perda da exclusividade logo cedeu lugar à alegria: só tem gente legal fazendo aniversário comigo, e é assim até hoje.

então não tem muito o que falar: em pouco mais de duas horas é meu aniversário, eu estou feliz, mesmo com as bordoadas que a vida insiste em me dar, pra que eu não pense o tempo todo o quão sortuda e abençoada eu sou, e não vire uma metida (mais) insuportável, e sei que aquilo tudo que eu planejei vai demorar mais um pouquinho, mas vai chegar. porque é sempre assim, com quem pega o ônibus do cacupé: a lenda tarda, mas não falha.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

I may not always love you... And I won't.

Todo fim de relacionamento parece o fim do mundo, e todo mundo sabe disso.
A gente sente que o mundo parou, abriram um buraco e arrancaram algo muito muito grande, lindo e importante de dentro do nosso peito e no lugar botaram um pedregulho que cutuca insistentemente a ferida aberta.

No começo pode ser mais fácil se a gente tem raiva do ser (outrora / ainda) amado, porque a raiva parece ajudar a esquecer tudo de bom que o outro tinha. Mas né, todo mundo sabe que depois a raiva passa e daí vem ela, a saudade. A falta, ainda que inadmissível, o cheiro que é sentido a cada esquina, o rosto que é visto em todo lugar. Sintomas da abstinência. 

Nessas horas parece ser impossível acreditar que aquele amor vá passar. Daí a gente ouve música de fossa, esconde uma lagriminha aqui, chora outras várias ali. Parece que toda e qualquer novidade está pedindo pra ser compartilhada com o ex, parece que o mundo nos manda mensagens subliminares, parece que o universo espera que algum dos dois (e a gente pensa: "dois TEIMOSOS, burros, infelizes" etc, etc e tal) dê o braço a torcer e que na verdade nós fomos feitos um para o outro, como é possível deixar de amar aquele ser? Deus sabe que é impossível, que o dia que a gente deixar de se amar, não fará mais sentido a nossa existência... Ah, mas a gente saber que o amor vai passar. Só é duro acreditar que vai.

Eu, com essa minha mania de querer tudo juntoaomesmotempoagora quero abraçar o mundo, e quero que tudo fique bem pra ontem. e quero que venha vida nova com o outono, que se apressa em me contar que o inverno, a estação oficial da carência afetiva, não tarda.

E eu quero tudo pra hoje. Esquecer o velho e brindar o novo. E nessas horas fica difícil respirar. Daí parece que o cartão de crédito faz um bem... mas no fundo não faz nada. só me faz perder o sono na madrugada, quando além de lidar com amores brutos ainda tenho que fazer ginástica pra fechar o orçamento estourado em momentos de depressão. Coisa linda. Ah, e pra ajudar ainda tem o inferno astral, me contando que os 26  estão aí, que eu não tenho nada de muito concreto feito e e que meu futuro é meio piada. Fica fácil dormir, aí. E o tempo teima em desabar, como aquelas chuvas que me deixam tão deprimida. Pelo menos, penso eu numa medida de inútil consolo, os dias tem sido lindos. Ao menos isso.

Mas ai, eu sei que passa. E depois que passar eu volto a ser uma pessoa legal. tá? Me aguentem agora, amigos, porque eu to precisando mesmo ser pentelha.

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Para fazer, continuar a fazer, sempre fazer: