segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

O circo

Noite de espetáculo;
horas antes, a função:

todas aquelas roupas,
todas aquelas cores,
todas as maquiagens
batons,
pincéis,
sombras,
todos os grampos de cabelo
e o spray para arrematar.

Noite de espetáculo;
deixa o público entrar:

toda aquela música,
aquela dança,
aquela gente,
aquele riso (ah, as gargalhadas...)
aquelas luzes, aqueles sons.

Noite de espetáculo;
tudo, tudo em vão.

terminara a noite chorando sozinha,

como um palhaço borrado ao fim da sessão.

domingo, 5 de dezembro de 2010

corra, ... , corra.

Na ânsia de não se perder,
jogou palavras no ar
arremessou-as contra paredes,
carros,
sonhos.
pisoteou flores
que brotavam tenras
e frágeis, indefesas

tudo que esperava eram aquelas palavras,
aquele brilho que não via cruzar o outro olhar.
naquela queda de braço maldita ninguém cederia
e assim desmereciam-se.

palavras voavam mais
cada vez mais rasantes
mais ríspidas,
mais rápidas,
mais ásperas,
mais chorosas,
mais desalentadas

e, quando, enfim, veio a cartada final,
não aguentou o peso
das próprias pernas:
correu como nunca havia corrido antes.

sem jamais olhar pra trás.

domingo, 21 de novembro de 2010

Morte súbita

entre a preguiça e o mau humor
matou os pássaros do jardim
com ondas cerebrais.
só queria pedir silêncio.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

ninguém sabe.

mas a verdade é que me falta qualquer coisa. qualquer coisa que ri, qualquer coisa que chora. me falta qualquer coisa de belo, de azul, de triste e de contente. me faltam palavras. me faltam coisas.

e outras me sobram. aos borbotões. desmancho-me em melancolia e saudade, em tédio e abandono. construo-me em risadas para precaver o grito histérico que quer brotar dos meus lábios.

nesses dias de sol, me pego a pensar que algumas coisas poderiam ter sido diferentes. eu só não consigo saber quais. enquanto isso, espero meu carpete de flores, que virá quando o carnaval chegar.



quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Adiamento

Depois de amanhã, sim, só depois de amanhã...
Levarei amanhã a pensar em depois de amanhã,
E assim será possível; mas hoje não...
Não, hoje nada; hoje não posso.
A persistência confusa da minha subjetividade objetiva,
O sono da minha vida real, intercalado,
O cansaço antecipado e infinito,
Um cansaço de mundos para apanhar um elétrico...
Esta espécie de alma...
Só depois de amanhã...
Hoje quero preparar-me,
Quero preparar-rne para pensar amanhã no dia seguinte...
Ele é que é decisivo.
Tenho já o plano traçado; mas não, hoje não traço planos...
Amanhã é o dia dos planos.
Amanhã sentar-me-ei à secretária para conquistar o rnundo;
Mas só conquistarei o mundo depois de amanhã...
Tenho vontade de chorar,
Tenho vontade de chorar muito de repente, de dentro...

Não, não queiram saber mais nada, é segredo, não digo.
Só depois de amanhã...
Quando era criança o circo de domingo divertia-rne toda a semana.
Hoje só me diverte o circo de domingo de toda a semana da minha infância...
Depois de amanhã serei outro,
A minha vida triunfar-se-á,
Todas as minhas qualidades reais de inteligente, lido e prático
Serão convocadas por um edital...
Mas por um edital de amanhã...
Hoje quero dormir, redigirei amanhã...
Por hoje, qual é o espetáculo que me repetiria a infância?
Mesmo para eu comprar os bilhetes amanhã,
Que depois de amanhã é que está bem o espetáculo...
Antes, não...
Depois de amanhã terei a pose pública que amanhã estudarei.
Depois de amanhã serei finalmente o que hoje não posso nunca ser.
Só depois de amanhã...
Tenho sono como o frio de um cão vadio.
Tenho muito sono.
Amanhã te direi as palavras, ou depois de amanhã...
Sim, talvez só depois de amanhã...
O porvir...
Sim, o porvir...

(Alvaro de Campos)

terça-feira, 21 de setembro de 2010

primavera, verão, outono, inverno... e primavera

Baby love, my baby love

You'll find that life is still worthwhile,If you just smile
Light up your face with gladness
Smile though your heart is aching


Altho' a tear may be ever so near, that's the time you must keep on trying

Smile even though it's breaking
Hide every trace of sadness
When there are clouds in the sky - You'll get by

Smile through your fear and sorrow,
Smile and maybe tomorrow
You'll find that life is still worthwhile,
If you just smile

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Gosto do Pessoa na pessoa, da rosa no Rosa

E sei que a poesia está para a prosa
Assim como o amor está para a amizade
E quem há de negar que esta lhe é superior?

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Eu sou dona do meu nariz

Parece óbvio, mas só hoje eu me dei conta disso.
Sou dona dele, mando e desmando, viro pra onde quiser.

Torço, quebro, arranho, dou com a cara na parede ou no chão:
o nariz é meu e se eu quiser, eu arrebento mesmo.

Não tenho que dar explicações a ninguém, e isso muito me agrada.

Eu sou dona do meu nariz e quero cuidar dele sozinha.


Sozinha, ouviu?

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

suas palavras me doeram

ler as palavras dela doeu na minha alma.
e compaixonei-me.
sem piedade, sem ironia.
fui sentir na carne a dor que não mais minha, mas que conheço tão bem.

e, diante da imobilidade, chorei.

domingo, 29 de agosto de 2010

malditos sejam os poetas

malditos sejam os poetas
por já terem dito tudo aquilo
que eu queria dizer
por terem dito mais do que
eu sequer sonhara em dizer
malditos sejam eles,
por terem dito melhor
coisas que eu nunca poderia dizer.

Malditos sejam os poetas
por cantarem as minhas dores
por chorarem meus amores
malditos sejam os poetas
que versaram até mesmo sobre
as cartas, aquelas, ridículas,
e cantaram vasos gregos
e vozes veladas,
e noites tropicais
e viagens à Pasárgada.

malditos sejam os poetas
que cantaram os doze anos
antes mesmo de eu os ter vivido
e falaram das palmeiras
que eu nunca tinha visto
evocaram recife, o porto
as docas, as putas as carniças

malditos sejam os poetas
por terem feito tudo aquilo
que me emociona e me enche o peito
embarga a voz e escorre a lágrima
aperta o nó, embota os olhos
corre amargo e doce pela garganta
e queima no fundo do estômago
tal qual cachaça ouro
malditos sejam vocês, poetas
por tantas vezes me fazerem sorrir.
 

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

do fundo do baú - parte 2

Abril de 1988 - Casa da Vó Marica e da Tia Rosita. O ovo, eu e a Lola
Mã, eu e Lolô
Eu bem faceira com uma boneca horrorosa que eu amava.

Deu vontade de mostrar quando eu era pequenina. bons tempos, aqueles.

domingo, 22 de agosto de 2010

do fundo do baú

mais uma "pérola" que achei durante minha faxina, num pedaço de papel:


Valeu a pena investir tanto tempo, tanta energia, tanto amor?
Agora que os dias são belos e frios eu visto meu agasalho, me conforto.
E tudo que quero é comer um quindim

sábado, 21 de agosto de 2010

Entre as ondas

O velho marinheiro que
perdeu as graças do mar
é velha caravela
sem vela
já não pode navegar

E se já perdeu
o encanto de se perder
perdeu o prumo
perder o rumo
navegar
navegar

-------

Achei esse texto hoje, escrito pelo meu próprio punho numa folha de caderno, no meio dos textos lidos na graduação. tem junto uma linha de flauta, só dizendo as notas, sem tempo sem nada, e o título diz "Música". Não lembro de ter escrito, até procurei na internet para ver se não era letra de alguma canção que eu tinha na cabeça na época. Não achei nada. Imagino que tenha sido escrito numa aula de literatura portuguesa, pela inspiração navegativa. Não sei se gosto, mas fica postado aqui como registro de uma época. A data é de 18/11/06

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Leis

É, talvez eu seja uma garota que se perdeu em meio à tantas coisas que havia para serem vistas.
Ou talvez eu seja uma mulher que se encontrou em meio à tantas coisas que estavam perdidas.
Talvez ainda haja muito para ver, muito para se perder, muito para se encontrar.
Talvez eu me encontre, talvez me perca. Talvez te encontrarei um dia, talvez esse dia nunca chegue.
Talvez eu acorde e perceberei que estou ao teu lado, ou então, talvez eu durma e aí sim esteja contigo.
Talvez as coisas nunca tenham sido feitas para serem achadas, talvez elas nunca se percam de fato.
Talvez seja tudo um sonho, ou talvez sonhemos com a realidade...

Tanto paralelismo, tanta relatividade... Einstein, Murphy, Newton... Tantas leis, tanta ordem... Mas... talvez... talvez, quem sabe

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Medusa

E era como se, por onde passasse, os jardins petrificassem e o mundo brilhasse sob pálida e gélida luz.

Tudo era belo, mas não lhe pertencia.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

É tudo um grande engano


Eu queria, meu bem, eu juro que queria saber fazer joguinhos.


Seria bem melhor pra mim, acredite.

Mas eu também queria que você soubesse que eu não te amo. Nem sequer estou apaixonada. Você é ótimo, é verdade. Mas vale bem menos do que pensa.

E eu valho bem mais do que você me credita. A verdade é que possivelmente eu sou a melhor coisa que passou pela sua vida nos últimos tempos, com todo respeito a todas as mulheres que você comeu. E que não foram poucas. Mas eu sou melhor que elas, eu sei. Eu sinto.

Não se espante, não te quero pra marido, namorado, nada dessa coisa de vivermos eternamente juntos e sermos felizes para sempre. Não. Eu só queria te ter mais uma vez. Só mais uma. Sabe aquele lance "te levo pro motel, te como direitinho, de deixo em casa com beijinho de boa noite e acordo amassado em casa, sozinho"? Então, bem isso. Estou nessa vibe também.

Acontece que você pensa que eu sou outra coisa, que eu quero outra coisa. Mas não. Sei que a culpa é minha: o sangue italiano me deu essa coisa de ser intensa, chorar, gritar, rir, gemer e amar com muita facilidade. Mas olhe, se assuste não: é só sexo.

Agora vê se larga disso, venha cá e coma-me, por favor.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Solidão, que nada.

"Ganhei" essa música de presente hoje. E não é que gostei? Amigos são uma coisa boa demais, sô!

Solidão, que nada 
(Cazuza)

Cada aeroporto
É um nome num papel
Um novo rosto
Atrás do mesmo véu

Alguém me espera
E adivinha no céu
Que meu novo nome é
Um estranho que me quer

E eu quero tudo
No próximo hotel
Por mar, por terra
Ou via Embratel

Ela é um satélite
E só quer me amar
Mas não há promessas, não
É só um novo lugar

Viver é bom
Nas curvas da estrada
Solidão, que nada
Viver é bom
Partida e chegada
Solidão, que nada

Amigos de há muito.





domingo, 8 de agosto de 2010

Palavras de amor ao léu

entre os que desdenham e os que juram amor demais, eu fico com um bom samba, cachaça e saudade.

eu só queria saber direitinho por onde andarão nossos caminhos.

ou queria saber fazer joguinhos. queria não ligar. queria entender vossas cabeças.

sim, tem horas que eu queria ser homem, bêbado e sambista. maldita sociedade falocêntrica.

é que, por mais inocente que seja, ainda há alguma poesia na bebedeira dos velhos poetas.

mas tudo isso não passa de paranóia feminina, você dirá. dirão todos. direi eu, inclusive.

o que ninguém sabe, desconfio, é que bastariam poucas coisas para essa paranóia passar.

maldita tpm.

Eu te darei o céu, meu bem

"Eu te darei o céu, meu bem, e o meu amor também".

Aquela era a canção deles, e nenhum dos dois entendia o porquê. 

Não foi assim que tudo começara. A bem da verdade, sequer sabiam como havia começado. Ainda hoje não sabiam se havia começado, se havia mesmo acontecido. Ela, ao menos, não sabia precisar. Mas lembrava-se de, em algum momento achar que aquilo não passaria de mais uma piada noturna em que esperava-se que ela dissesse a ele, 

"Te farei supor, vaidoso, que és o maior e que me possuis".

Ao passo que ele, falsamente, prometeria-lhe, 

"Abra os braços pra me guardar, que eu todo vou me entregar: Começo, meio e fim".

E, a despeito dessas promessas, eles bem sabiam como continuaria aquele verso, com a chegada do dia:

"Já não vales nada: és página virada, descartada do meu folhetim".

Então seria esse o pacto. estava selado, juramentado. Da mesma forma que os contratos no papel que eles expadiam durante o dia, daquela forma se firmavam os acordos da noite. O deles não teria por que ser diferente.

Mas foi.

Ele não soube explicar se foi porque nela os cabelos exalavam um cheiro exótico, ou se foram as pernas, que lhe prenderam num abraço mortal da jiboia durante o sono, do qual ele não quis se libertar.

Ela não sabia dizer se foi porque adormecera com a cabeça em seu peito, falando amenidades que não lembraria no dia seguinte, ou se fora o carinho inesperado recebido enquanto dormia.

Ambos desconheciam o motivo, que era muito mais simples do que aparentava: nos braços um do outro eles adormeceram, como não faziam com ninguém desde há muito, sem a pressa de fugir de si, sem a necessidade de explicar-se, sem a obrigação de ser alguém. 

Sabiam que não poderiam continuar, que o pacto deveria ser cumprido, pelo bem da esposa dele, do marido dela, do trabalho na firma, do emprego em que ela, secretária do colega, não dirigia a palavra a ele, exceto em raras ocasiões. Sabiam que aquela noite seria única. E ela sabia que teria que dizer o que lhe ia pela cabeça ali, naquele universo que não pertencia a ninguém, antes que ele se esvaísse com o tempo.

E foi assim que, sofrendo com a inesperada dor que os alcançara, as últimas palavras dela, logo antes de saírem daquele quarto de hotel pardieiro, ficariam gravadas na memória, nas paredes sujas, nos móveis, nos lençóis encardidos:

"Esse amor me derreteu. Ajoelha-te e esquece: me chupa e agradece a quem te machuca. Agradece, meu Deus".




segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Receita para curar soluço

Aperte o dedo médio da mão direita, na altura da primeira junta (entre a primeira e a segunda falange).

Em seguida, tome água; três goles, na posição normal. Depois tente tomar os mesmos gole de ponta cabeça.

Após isso, tome um susto, daqueles de morrer três vezes.

Volte para o copo d'água: um copo inteiro, sem respirar.

Agora dê três voltas em um pé só.

Se nada disso adiantar, olhe para o homem que te faz sofrer e mande-o à puta que o pariu.

Sucesso garantido.


(para o Ev, que sofreu uma crise de soluços, de causa aparentemente desconhecida)

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Quem é essa mulher?

Ela é ninguém.
Ela é mais uma entre as dezenas que passam, todas as noites.

Quem é essa mulher?

Você não se lembrará dela, semana que vem.
Nem ela de você, se isso lhe faz sentir melhor.

Quem é essa mulher?

Ela apenas passou, como passaram outras.
E sorriu, como sorriram outras.
E você notou, como notou as outras.
E desejou, como as outras.
E não possuiu, como possuiu outras.

Quem é essa mulher?

Ela é ninguém.
Ela é multidão.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

A couve

Eu: "o que tem de almoço, hoje?"

Ela: "Fiz panquecas de carne pra você. E arroz, feijão e cove frô".

Adoro panquecas, adoro arroz, sou maluca por feijão, mas o jeito como ela fala da couve me comove.

é a couve frô mais bonita, singela e deliciosa do mundo. É até pecado chamar de flor. Aquela couve, a da Geni, é pura e simplesmente frô. Não ouse pensar diferente: qualquer outra coisa não é parte das delícias culinárias dela. Eu bem que sei.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

ao homem da minha vida

existem algumas coisas que você deve saber, amado homem da minha vida, se quiser de fato ser o homem da minha vida:

eu não como sushi. nem camarão, ou peixe, ou lula. esqueça de me convidar pra comer qualquer coisa que venha do mar. eu não vou.
eu adoro brócolis.
eu tenho os pés e mãos gelados. muito gelados. sempre.
eu tenho tpm, cólicas e mau-humor.
eu falo, falo, falo, até você cansar. e daí eu falo um pouco mais.
eu gosto de cafuné.
eu não gosto de tapete do banheiro embolado, nem de porta do armário aberta, ou da luz acesa quando não tem ninguém no quarto.
odeio lavar louça.
peça por favor, diga com licença e obrigado. é simpático e não faz mal a ninguém.

mas olhe, se você fizer o que eu vou dizer abaixo, você pode ter todas essas falhas, pode fazer tudo ao contrário, que eu te perdoo.

o homem da minha vida comerá azeitonas todos os dias, e será feliz. será feliz porque come azeitonas e eu.
pra quê mais?

terça-feira, 13 de julho de 2010

Por um pouco de educação

Coisa que me irrita nessa vida é gente mal educada. Não estou falando daquela gente que cospe na rua, joga papel no chão - esses eu tenho raiva, nojo mesmo. Tampouco estou falando de gente que fala palavrão: faço parte deste grupo e aderi ao "direito ao foda-se" faz tempo. Palavrão é só uma palavra que as avós e os pais de alunos não gostam de te ouvir falar, nem o seu chefe, mas fora disso, por mim, tá liberado, porra.

Estou falando, quando me refiro aos mal educados, daquela gente que não aprendeu com a mãe e o pai que existem três expressões mágicas: são elas "por favor", "com licença" e "obrigado(a)". Tem gente que simplesmente te pede uma coisa, sem se dar ao trabalho de cogitar sua disponibilidade para isso. Como é que se sabe que o cidadão não pensou em você, no seu tempo, na sua vontade, etc.? Pelo simples fato dele não dizer "será que você podia, por favor, fazer tal coisa?". Se ele não parou pra te dizer um por favor, alguém ainda credita que ele parou pra pensar se você tem tempo ou vontade pra fazer o que ele quer que você faça? Duvido muito. E se tiver pensando, é pior ainda, pois pensou e não se importou com isso, a necessidade dele é mair urgente que o seu saco. 


E, no caso de eu ter errado, do cidadão ter cogitado, ter se importado e ainda assim não ter dito, é por mera comodidade e economia de tempo (dele). Vai doer, se ele disser as palavras mágicas? Não, não vai. Mas o infeliz acha que tá implícito, que não precisa, que não se usa isso mais, entre os iguais. Ainda mais se você é do tipo que, como eu, fala palavrão a torto e a direito. Cheguei a conclusão que isso passa a idéia, pras pessoas, de que você não está nem aí pra etiqueta social. Mas olha, eu to. Eu sou do tipo que pede licença até pra cachorro de rua, agradeço a formiga que saiu do meu bolo, e peço por favor pra chuva parar de me molhar. Tá eu sei que eu sou um exagero da natureza, mas, sério, custa mesmo demais pedir por favor e agradecer depois?

Eu ainda acho que essa minha mania de me importar com os outros vai me foder na vida, mas eu não desisto. Só deveria deixar de me importar. Mas não consigo.

Deixo aqui o meu manifesto solitário por um pouco mais de educação no mundo. Por favor. E obrigada.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Citando...

"Eu assumo compromisso com o meu coração partido de corpo e alma. É algo de que eu nunca vou abrir mão. Mas esse coração partido, de certa maneira, é a minha característica. É uma representação do processo do meu trabalho.Na posição de artistas, vivemos eternamente com o coração partido."

Bonito isso, né?




 Foi a Lady Gaga quem disse. Mas eu gostei.

terça-feira, 6 de julho de 2010

oração diária

Eu entro em casa com os últimos raios de sol. 
Ninguém ali está a me receber.
É nesse silêncio rosado do dia, 
nas cores de um inverno outonal,
que eu me agradeço ao mundo, 
e ele me responde sem cerimônias:
"mais um dia valeu a pena. 
o próximo, por favor." 

sábado, 3 de julho de 2010

A fruta da árvore... peixinho é.

Hoje eu descobri que gosto de Marina Lima. 

É, eu sei. Datado. Esquisito. Aleatório... Talvez nem tanto.

Estava aqui, nessa madrugada esquisita de sábado, pensando em como a vida anda rápido, dá voltas, pessoas entram e saem dos nossos destinos sem o menor aviso prévio - sim, sim, aquela coisa toda muito deprê e/ou emotiva e/ou motivacional e/ou saudável que vez ou outra fazemos para arrumar as idéias (as minhas com acento, sim senhor!) e seguir nossas existências - quando uma frase pulou na frente de toda essa baderna. Seis palavras, sem mais nem menos: "eu não sei dançar tão devagar". A rima veio menos de um segundo depois "para te acompanhar". Antes que me desse conta, já pensava em Marina Lima e digitava os versos no google, buscando pelo áudio.

Marina é uma cantora que eu jamais citaria entre as minhas favoritas. Certamente não entraria em nenhuma lista consciente que eu pudesse ter feito nos últimos anos, e provavelmente jamais figuraria em uma conversa minha com algum amigo. Mas ela surge assim, do nada, quando tem que vir.

Marina é a cantora da minha infância, de quando lembro da minha mãe ouví-la no aparelho de som a todo volume, e me chocar  - aquele choque de incompreensão - com versos que diziam "é que eu tô grávida, grávida de um beija-flor, grávida de terra, de um liquidificador. E vou parir um terremoto, uma bomba, uma cor, uma locomotiva a vapor". Lembro de pensar coisas como "Como pode alguém cantar que está grávida?" Grávida parecia uma palavra tão feia para "esperando neném"... E ainda por cima esperando um trem! Entre choques e desgostos, cresci ao som de Marina. 

Foi dela a minha primeira versão de Fullgás, foi Marina que me contou o que era topless e que as meninas andavam de bundinha de fora. Conheci o primeiro carente profissional com ela. Por essas e outras, como não gostar de Marina? Como não ter Marina no fundo do imaginário? Marina não é luxo nem lixo, Marina, em mim apenas existe. À francesa.

fórmula mágica

quarta-feira, 30 de junho de 2010

Um bom poema

um bom poema 
leva anos
cinco jogando bola,
mais cinco estudando sânscrito, 
seis carregando pedra, 
nove namorando a vizinha, 
sete levando porrada, 
quatro andando sozinho, 
três mudando de cidade, 
dez trocando de assunto, 
uma eternidade, eu e você, 
caminhando junto 



Paulo Leminski

ninguém vai para o céu



Achei isso no caminho para o campeche. Mui verdadeiro, há que se dizer.

a essa altura do campeonato

não há muito a fazer.

resta esperar e torcer que a viagem não tenha sido em vão.

terça-feira, 29 de junho de 2010

chove

as marcas em minha pele anseiam dias melhores,

como os de ontem. e os de amanhã.

sinto saudades de você. todos os minutos.


estranho?


já me acostumei a estranhar-te.

Music Monday X

faz tempo que eu não posto por aqui. mas hoje é segunda, e por isso é dia de music monday.
vamos, é claro, com eles, my beloved beatles.

Two of us
Lennon/McCartney
Lançada em 1969 e composta pelo Paul para a Linda.





Two of us riding nowhere
Spending someone's
Hard earned pay
You and me Sunday driving
Not arriving
On our way back home
We're on our way home
We're on our way home
We're going home

Two of us sending postcards
Writing letters
On my wall
You and me burning matches
Lifting latches
On our way back home
We're on our way home
We're on our way home
We're going home

You and I have memories
Longer than
the road that stretches out ahead

Two of us wearing raincoats
Standing so low
In the sun
You and me chasing paper
Getting nowhere
On our way back home
We're on our way home
We're on our way home
We're going home

You and I have memories
Longer than the road that
stretches out ahead

Two of us wearing raincoats
Standing so low
In the sun
You and me chasing paper
Getting nowhere
On our way back home
We're on our way home
We're on our way home
We're going home

You and I have memories
Longer than the road that
stretches out ahead

Two of us wearing raincoats
Standing so low
In the sun
You and me chasing paper
Getting nowhere
On our way back home
We're on our way home
We're on our way home
We're going home

[We're going home...
Better believe it]

sexta-feira, 25 de junho de 2010

no dia em que o sol morreu

"por entre os fios dos seus cabelos,
por entre os dedos da minha mão
passaram certezas e dúvidas..."

é, ando deixando muito a desejar, por aqui.

mas eu volto, prometo.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Madrugada silenciosa

Dançam sonhos,
lembranças e
desejos



Ao som das teclas do computador

terça-feira, 8 de junho de 2010

Music Monday IX

algo inédito... hoje quero algo inédito por aqui... vamos de

Where the broken hearts go
(versão Me first and the gimme gimmes)
do álbum Take a Break, lançado em 1 de julho de 2003





I know it's been some time
but there's something on my mind

You see
I haven't been the same
since that cold November day.
We said we needed space
but all we found was an empty place

And the only things I learned
is that I need you desperately.
So here I am and can you please tell me:

Where do broken hearts go
can they find their way home

Back to the open arms of a love that's waiting there?
And if somebody loves you
won't they always love you?
I look in your eyes
and I know that you still care for me.

I've been around enough to know
that dreams don't turn to gold

And that there is no easy way
no
you just can't run away.
And what we had was so much more
than we ever had before

And no matter how I try
I can't get you off my mind.
So here I am
and can you please tell me:

Where do broken hearts go
can they find their way home

Back to the open arms of a love that's waiting there?
And if somebody loves you
won't they always love you?
I look in your eyes
and I know that you still care for me.

And now that I am here with you
I'll never let you go

I look into your eyes
and now I know
now I know:

Where do broken hearts go
can they find their way home
Back to the open arms of a love that's waiting there?
And if somebody loves you
won't they always love you?
I look in your eyes
and I know that you still care for me.

Yeah. Yeah. Yeah.

domingo, 6 de junho de 2010

Sol, ó sol, tu que és o rei dos astros...

Hoje é dia de sol.
Hoje é o dia do sol.

e ele veio brindar conosco.

the dog days are over,
can you hear the sun, cause here it comes...


and you better run. Run fast, Forrest, run.

sexta-feira, 4 de junho de 2010

e já que chove...

quem quer uma meia calça dessas?



ou dessas?


eu quero, tá?

algum amigo que tá nas gringas quer trazer?

essas e outras belezocas divertidas você acha aqui

terça-feira, 1 de junho de 2010

Music Monday VIII

Só porque conheci hoje (e gostei):

Tu veux ou tu veux pas
(Brigitte Bardot)
lançada em 1970 (acho eu...)






Tu veux ou tu veux pas
Tu veux c'est bien
Si tu veux pas tant pis
Si tu veux pas
J'en ferai pas une maladie
Oui mais voilà réponds-moi
Non ou bien oui
C'est comme ci ou comme ça
Ou tu veux ou tu veux pas

Tu veux ou tu veux pas
Toi tu dis noir et après tu dis blanc
C'est noir c'est noir
Oui mais si c'est blanc c'est blanc
C'est noir ou blanc
Mais ce n'est pas noir et blanc
C'est comme ci ou comme ça
Ou tu veux ou tu veux pas

La vie, oui c'est une gymnastique
Et c'est comme la musique
Y a du mauvais et du bon
La vie, pour moi elle est magnifique
Faut pas que tu la compliques
Par tes hésitations

REFRAIN

La vie, elle peut être très douce
A condition que tu la pousses
Dans la bonne direction
La vie, elle est là elle nous appelle
Avec toi elle sera belle
Si tu viens à la maison

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Pretérito Imperfeito

amava
chorava
gritava,
matava,
sonhava
adoecia
curava
apaixonava
conhecia
partia
voltava
ensolarava
conversava
planejava
frustrava-se
viajava
retornava
revisitava
brigava
replanejava
descobria
acreditava
desabava
destruía.

.
.
.

replanta
e reconstrói
felicidade

terça-feira, 25 de maio de 2010

Lily Allen says...



I could say that I'll always be here for you
But that would be a lie and quite a pointless thing to do
I could say that I'll always have feelings for you
But I've got a life ahead of me and I'm only 22

Since you've gone I've lost that chip on my shoulder
Since you've gone I feel like I've gotten older
Now you're gone it's as if the whole wide world is my stage
Now you're gone it's like I've been let out of my cage

You always made it clear that you hated my friends
You made me feel so guilty when I was running round with them
And everything was always about being cool
And now I've come to realise there's nothing cool about you at all

Since you've gone I've lost that chip on my shoulder
Since you've gone I feel like I've gotten older
Now you're gone it's as if the whole wide world is my stage
Now you're gone it's like I've been let out of my cage

Since you've gone I've lost that chip on my shoulder
Since you've gone I feel like I've gotten older
Now you're gone it's as if the whole wide world is my stage
Now you're gone it's like I've been let out of my cage

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Music Monday VII

Hoje está chovendo, é segunda feira, e eu tive prova ontem. Deveria ter trabalhado no meu projeto (e não trabalhei), deveria ter voltado cedo pra casa (e fiquei na casa da Fá e da Tali até hoje de manhã), deveria estar cuidando de assuntos mais importantes, mas estou aqui, curtindo uma preguiça. Mais tarde vou pra UFSC, tomar café com o Sandro, ver a qualificação da Ana e (tentar) escrever meu projeto - não nessa ordem, mas nessa ordem. Mesmo com um monte de coisas confusas à minha volta, e o mundo desabando o saldo da semana foi positivo; aliás, mais que isso, foi ótimo. Porque tudo é melhor with a little help from my friends.

With a little help from my friends
(John Lennon e Paul McCartney)
lançada em 1967 no álbum Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band

versão 1: Paul e Ringo ao vivo




versão 2: Joe Cocker ao vivo


What would you think if I sang out of tune?
Would you stand up and walk out on me?
Lend me your ears and I’ll sing you a song,
And I’ll try not to sing out of key.

Oh, I get by with a little help from my friends,
Mm, I get high with a little help from my friends,
Mm, Gonna try with a little help from my friends.

What do I do when my love is away?
(does it worry you to be alone?)
How do I feel by the end of the day?
(are you sad because you’re on your own?)

No, I get by with a little help from my friends,
Mm, I get high with a little help from my friends,
Mm, Gonna try with a little help from my friends

Do you need anybody?
I need somebody to love.
Could it be anybody?
I want somebody to love.

Would you believe in a love at first sight?
Yes I’m certain that it happens all the time.
What do you see when you turn out the light?
I can’t tell you, but I know it’s mine.

Oh, I get by with a little help from my friends,
Mm, I get high with a little help from my friends,
Mm, Gonna try with a little help from my friends.

Do you need anybody?
I just need someone to love,
Could it be anybody?
I want somebody to love.

Oh, I get by with a little help from my friends,
Mm, gonna try with a little help from my friends.
Oh, I get high with a little help from my friends,
Yes, I get by with a little help from my friends,
With a little help from my friends.

sábado, 22 de maio de 2010

Quadrilha

e quando tudo parece já bastante confuso, vem o destino (ou a vida, ou deus, ou o diabo - que o carregue) e mostra que é possível complicar ainda mais.

inútil correr, impossível ficar. dançando em folhas secas eu vou, ao compasso de um samba bem pra frente, porque parado, nem os ponteiros do velho relógio.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Music Monday VI

Hoje vou com uma do meu ano, 1985. No topo das paradas Billboard Hot 100 por duas semanas, graças ao filme "De volta para o futuro".

The Power of Love
(Huey Lewis and the News)
lançada em 1985, como single.

The power of love is a curious thing
make a one man weep, make another man sing
Change a hawk to a little white dove
more than a feeling, that's the power of love

Tougher than diamonds, rich like cream
Stronger and harder than a bad girl's dream
make a bad one good make a wrong one right
power of love that keeps you home at night

You don't need money, don't take fame
Don't need no credit card to ride this train
It's strong and it's sudden and it's cruel sometimes
but it might just save your life
That's the power of love
That's the power of love

First time you feel it, it might make you sad
Next time you feel it it might make you mad
But you'll be glad baby when you've found
that's the power makes the world go'round

And it don't take money, don't take fame
don't need no credit card to ride this train
It's strong and it's sudden it can be cruel sometimes
but it might just save your life

They say that all in love is fair
yeah, but you don't care
But you know what to do
when it gets hold of you
and with a little help from above
you feel the power of love
you feel the power of love
Can you feel it ?
Hmmm

It don't take money and it don't take fame
don't need no credit card to ride this train
Tougher than diamonds and stronger than steel
you won't feel nothin' till you feel
you feel the power, just FEEL the power of love
That's the power, that's the power of love
You feel the power of love
you feel the power of love
feel the power of love

sábado, 15 de maio de 2010

Gonna grow wings

uma vez minha irmã escreveu uma música com a banda dela, que dizia mais ou menos assim:

i've got scars that i wish you could see
like i see yours
i've got dreams that i wish you could dream
like i dream yours

So if you want me and you know
what you need to stay
Neither your silence or screaming
touch me anyway

it doesnt make me change my mind

there are two little things that bug me at most
im gonna grow wings and be like a bird.
dont ask me why this happen
dont ask me how i feel
cause i dont know.

ouvi hoje e fiquei feliz.

:)

terça-feira, 11 de maio de 2010

Music Monday V - on Tuesday

Porque eu esqueci de postar ontem, e hoje é terça-feira, vamos com essa dos Stones, que foi a 24a música mais tocada no ano de 1967, na lista Billboard.

Ruby Tuesday
(Rolling Stones)
gravada em 1966, lançada em single em janeiro de 1967





She would never say where she came from
Yesterday don't matter if it's gone
While the sun is bright
Or in the darkest night
No one knows
She comes and goes

Goodbye, Ruby Tuesday
Who could hang a name on you?
When you change with every new day
Still I'm gonna miss you...

Don't question why she needs to be so free
She'll tell you it's the only way to be
She just can't be chained
To a life where nothing's gained
And nothing's lost
At such a cost

Goodbye, Ruby Tuesday
Who could hang a name on you?
When you change with every new day
Still I'm gonna miss you...

There's no time to lose, I heard her say
Catch your dreams before they slip away
Dying all the time
Lose your dreams
And you will lose your mind.
Ain't life unkind?

Goodbye, Ruby Tuesday
Who could hang a name on you?
When you change with every new day
Still I'm gonna miss you...

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Literatura Erótica

Navegando na internet, fui parar novamente num dos meus blogs favoritos, o Doidivana, e achei esse link para um vídeo do Entrelinhas, da Cultura, sobre literatura erótica.

Gostei do programa, exceto pela participação nhénhénhém da Márcia Tiburi (que não fala, só reclama e grunhe) e do chatinho do Evandro Affonso Ferreira. Comentários dispensáveis, os deles.

Mas bem, assistam e tirem suas próprias conclusões.

terça-feira, 4 de maio de 2010

Music Monday IV

Como falei no post anterior, "I'm picking up good vibrations", então hoje nós vamos com ela:

Good Vibrations
(The Beach Boys)
lançada como single em outubro de 1966





I... I love the colorful clothes she wears
And the way the sunlight plays upon her hair
I hear the sound of a gentle word
On the wind that lifts her perfume through the air


I'm pickin' up good vibrations
She's giving me excitations
I'm pickin' up good vibrations
(oom bop bop good vibrations)
She's giving me excitations
(oom bop bop excitations)
Good,good,good,good vibrations
(oom bop bop)
She's giving me excitations
(oom bop bop excitations)
Good good good good vibrations
(oom bop bop)
She's giving me excitations
(oom bop bop excitations)

Close my eyes
She's somehow closer now
Softly smile, I know she must be kind
When I look in her eyes
She goes with me to a blossom world


(aah my,my what elation)
I don't know where but she sends me there
(ah my,my what a sensation)
(ah my,my what elations)
(ah my,my what)

Gotta keep those lovin' good vibrations
A happenin' with her
Gotta keep those lovin' good vibrations
A happenin' with her
Gotta keep those lovin' good vibrations
A happenin'

Aaaah
Good,good,good,good vibrations
(oom bop bop)
(Im pickin up good vibrations)
She's giving me excitations
(oom bop bop)
(excitations)
Good,good,good,good vibrations
(oom bop bop)
She's na na...

Good vibrations








passando rapidinho só pra contar pra todo mundo que, se tudo der certo, em um mês eu serei uma aluna do programa de pós-graduação em estudos da tradução, na UFSC.

mas num virei tradutora, tá? meu inglês é bom o suficiente pra mim, e só pra mim.

tem outras coisas acontecendo, bem boas, mas se falar estraga!


bisous à tout le monde!

ps. essa foto é minha, de 2005, e se chama "Chão de estrelas".

segunda-feira, 3 de maio de 2010

um poema de amor ao mundo

Eu queria escrever e acabar com a maldade do mundo;
Acabar com a fome, as doenças, a injustiça, as mazelas...
E queria escrever e acabar com a dor do mundo;

Eu queria escrever e que minhas palavras dissipassem
uma a uma, todas as sombras que pairam nos rostos
das moças abandonadas,
das mães órfãs,
dos filhos sós,
dos pais desenganados.

Eu queria escrever e trazer de volta um amor que partiu;
Acalentar corações com o som de um novo amor.
E queria escrever e que meu poema fosse bom
E, sendo bom, te trouxesse para mim.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Uma breve história da vida.

Hoje eu vi o filme "500 dias com ela" (título original "500 days of Summer") no qual o jovem Tom, um romântico incurável que trabalha numa empresa de cartões comemorativos, vive 500 dias "enrolado" com uma moça, a Summer do título. (aviso, REVELAÇÕES DO ENREDO NO PARÁGRAFO ABAIXO, PULE PARA O PRÓXIMO E SIGA, NÃO FALAREI MAIS DO ENREDO NOS PARÁGRAFOS SEGUINTES)

Antes de mais nada, assistam o filme. É ótimo, e o final (tirando os últimos 3 minutos - colocados lá para que você, espectador comum de comédias românticas, não mate os diretores do filme) não é nem um pouco óbvio. É bastante o esquema "a vida como ela é", filha da puta quando você menos espera.

A melhor parte do filme se dá antes mesmo dele começar: um aviso do diretor com a tela ainda preta:

"NOTA DO AUTOR: O  filme a seguir é uma ficção. Qualquer semelhança com pessoas vivas ou mortas é mera coincidência.

Especialmente você, Jenny Beckman.

Vaca."

Juro, relendo isso, eu ri.

Mas esse post na verdade vem dizer de uma breve história da vida. Porque ela é breve mesmo, sabe? vai-se assim, num piscar de olhos.

Hoje minha família perdeu um amigo querido. Estive com ele há pouco mais de 3 semanas, em Sampaulo, e ele estava já magro e abatido, mas tinha um bom humor de fazer inveja. Três dias depois daquele jantar, descobriram mestastas do câncer que ele há muito lutava contra. Não resistiu muito mais. Faleceu na madrugada de sábado pra domingo. Sentiremos sua falta, Ciccio. Mas riremos toda vez que lembrarmos do seu humor único e do astral maravilhoso.

Aproveitem a vida, companheiros, pois (como me disse ontem o querido Jean Mafra) ela é curta.




nota: fim dos posts  tristes. daqui pra frente, a gente sobe!
ah, eu sei que esse texto num fez sentido  nenhum. mas eram coisas a serem ditas. obrigada pela paciência, preferência e volte sempre.

sábado, 24 de abril de 2010

Amanhã eu escreverei...

e direi tudo aquilo que me atravessa a garganta, numa traqueostomia indesejável.
Amanhã eu escreverei, e todas aquelas palavras ruins e dolorosas serão atiradas, viajando a mais de 180 quilômetros por hora, em direção a tua cabeça, teus olhos e teu peito (nu).
Amanhã eu escreverei, e tu serás mortalmente ferido, ainda que não percebas na hora, sangrando lentamente, em morte silenciosa.
Amanhã eu escreverei, e será o início do (teu) fim.

Amanhã, quando eu escrever, chorarei o choro amargo e contido das viúvas, dignas de respeito, vendo definhar um coração outrora tão vermelho, vivo e pulsante, hoje pálido, apático e enrijecido pela dor.

Enquanto espero pelo dia de amanhã - quando eu escreverei tua sentença - em algum lugar, (talvez lá fora, na rua, ou dentro de minha cabeça - já não importa mais) um acoredon sopra uma canção melancólica. E já não consigo mais chorar por te ver partir, embora estas lágrimas estúpidas insistam em rolar por minha face e teimem em molhar meu colo.

Amanhã... Eu te mato.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Music Monday III

É, eu sei que hoje é quinta-feira. mas depois de um feriado, fica com cara de segunda-feira. vamos de Tiê, porque vem a calhar.

Ah, o aniversário foi lindo. Obrigada aos amigos queridos que vieram comemorar comigo e me fizeram sentir amada e especial. Todos tem lugar cativo no meu coração. Os que não vieram também tem, mas to bravinha com esses, haha.

Assinado Eu
(Tiê)
(achado no facebook de uma amiga).


Já faz um tempo que eu queria te escrever um som. Passado o passado, acho que eu mesma esqueci o tom. Mas sinto que eu te devo sempre alguma explicação. Parece inaceitável a minha decisão. Eu sei. Da primeira vez, quem sugeriu, eu sei, eu sei, fui eu. Da segunda quem fingiu que nao estava lá, também fui eu. Mas em toda a história, é nossa decisão saber seguir em frente, seja lá qual direção. Eu sei.Tanta afinidade assim, eu sei que só pode ser bom. Mas se é contrário, é ruim, pesado e eu não acho bom. Eu fico esperando o dia que você me aceite como amiga, ainda vou te convencer. Eu sei. E te peço, me perdoa, me desculpa que eu nao fui sua namorada, pois fiquei atordoada, faltou o ar, faltou o ar. Me despeço dessa história e concluo: a gente segue a direção que o nosso próprio coração mandar, e foi pra lá, e foi pra lá.

terça-feira, 20 de abril de 2010

A balada hoje é do lado de casa.

no MegaBowling, onde vai rolar a Devassa + Catarina.

e amanhã, dia de curar ressaca com feijoada da mamãe.


feliz aniversário pra mim!

:D

(e pra Ana C., que é - além de professora, amiga, linda, fofa e querida - mulher do Jean Mafra) 

comemoremos e embriaguemo-nos, pois!

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Dear astral hell...

















Suma daqui!
Estou esperando pelo paraíso astral.

com amor,

Moi

Music Monday II

Hoje vamos de brasileira, porque ontem eu ouvi esse disco e me lembrei de como ele é bom.



De mais ninguém
(Marisa Monte)
Do disco Cor de rosa e carvão, lançado em 1994






Se ela me deixou, a dor
É minha só, não é de mais ninguém
Aos outros eu devolvo a dó,
Eu tenho a minha dor

Se ela preferiu ficar sozinha,
Ou já tem um outro bem.
Se ela me deixou a dor é minha,
A dor é de quem tem.

É meu troféu, é o que restou,
É o que me aquece sem me dar calor
Se eu não tenho o meu amor,
Eu tenho a minha dor.

A sala, o quarto, a casa está vazia,
A cozinha, o corredor
Se nos meus braços ela não se aninha,
A dor é minha.

É o meu lençol, é o cobertor,
É o que me aquece sem me dar calor
Se eu não tenho o meu amor
Eu tenho a minha dor 

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Porque hoje é sexta...

e eu tô de mau humor. Vamos ver se essa musiquinha aqui levanta meu astral:



JET! Uhuhuh uh uhuhuh uhuh! JET!

quinta-feira, 15 de abril de 2010

De volta a Ervilhópolis...

eu mal pisei aqui e já percebi quatro coisas:

primeiro, como eu senti falta das minhas pessoas queridas.

segundo, essa cidade é mesmo uma ervilha, e em todo lugar que você vai existe 100% de chance de encontrar um conhecido: sim, você VAI encontrar alguém que você conhece, queira você ou não, então, num ande pagando migo ou mal-arrumada por aí, as pessoas vão notar.

terceiro: as pessoas continuam ocupadas demais comentando da sua vida pra cuidar da delas. Sim, porque é muito mais lógico que cuidem da vida allheia do que das próprias vidas. Num parece óbvio que alguém lá longe, (segundo me disseram, "lá em los angeles") vai ficar cuidando da vida de uma menina x y ou z e mandando recados ameaçadores no orkut dela, porque ela ficou com o ex dessa pessoa? Eu acho que faz super sentido... NOT! Credo, tenham mais o que fazer! a gente vai embora, EMBORA, e, quando volta, descobre que pessoas que vc nunca viu na vida ficam inventando coisas assim, a seu respeito. Dói, tá? Enche o saco, tá? Eu num sei nada e num quero saber nada, vida de ex não me diz respeito, e eu sigo a seguinte premissa: Da minha vida cuido eu, e da vida dos outros eu num quero nem saber!

quarto, e essa falarei mais detalhadamente em outra oportunidade, Santa Catarina é um estado carente. Existem muitas bandas boas aqui, mas, por se encontrar quase fora do circuito nacional, e fora do internacional, todo mundo vai à shows de covers e tributos. Uma sede sem tamanho! fui hoje no tributo a Queen (que foi bem divertido, por sinal) e vi gente gravando e batendo fotos, como se fosse o próprio Freddie Mercury renascido ali no palco da UFSC. juro, nessa hora eu ri. Antes que eu seja bombardeada com a revolta de alguém que possa se ofender com meu comentário, já digo que, apesar disso, e de ter algumas críticas ao show (em algumas músicas a afinação dos backings vocais deixou a desejar), achei muito bom, gostei mesmo e achei a iniciativa bem válida. 

Enfim, a vida ainda tá se ajeitando por aqui. Nao ando muito empolgada, podem notar. Mas acho que é muita coisa em suspenso e meu aniversário chegando. Vai ver é o inferno astral.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Music Monday I

Bom, como minha produção anda baixa, entre tantas mudanças e viagens, decidi adaptar o famoso (e já em desuso) #musicmonday, do twitter, pro meu blog.

Assim, (quase) toda segunda eu postarei aqui uma música que seja do meu agrado pra vocês ouvirem, ou lerem, ou sei lá...

Inicio então com uma banda que eu gosto muito. Tava ouvindo essa hoje quando pensei na idéia de postar o Music monday no blog, então vai ela:

You're just a Baby
(Belle and Sebastian)
Do disco Tigermilk, lançado em junho de 1996



You're just a baby, baby girl
So kiss me on the cheek and then go off to school
You're just a baby, baby girl
So kiss me on the cheek before you know what's cool
You will be leaving in the morning
And I won't be there to see you go off your head
yeah, You will be working in the morning
And I won't be there to see you go off your head

There must be a reason for all the looks we gave
And all the things we never said before
So what's the score?
Cause there must be a reason for all the looks we gave
And all the things we never said before

You're just a baby, baby girl
So kiss me on the cheek before you know what's sweet
You're just a baby, baby girl
So kiss me on the cheek before you go to sleep
You will be working in the morning
And I won't be there to see you go off your head
Yeah, you will be crying in the morning
And I won't be there to see you go off your head

There must be a reason for all the looks we gave
And all the things we never said before
So what's the score?
Cause there must be a reason for all the looks we gave
And all the things we never said before

You're such a baby, baby girl
So kiss me on the cheek before you go to sleep
You're such a baby, baby girl
So let go of my hand so we can get some sleep
You will be crying in the morning
And I won't be there to see you go off your head
Cause you will be married in the morning
And I won't be there to see you go off your head

There must be a reason for all the looks we gave
And all the things we never said before
So what's the score?
Cause there must be a reason for all the looks we gave
And all the things we never said before

So what's the reason for all the looks we gave
And all the things we never said before....before....before...before...

Um jogo/maldição que eu achei legal

Regras:
• Colocar uma foto sua (individual).
• Escolher uma banda/cantor.
• Responder SOMENTE com TÍTULOS de canções da banda/cantor escolhido.



hoje eu escolhi Beatles:

1. Você é homem ou mulher?
I am the Walrus

2. Descreva-se
Lucy in the Sky with Diamonds

3.O que as pessoas acham de você?
She's a woman

4. Como descreveria seu último relacionamento amoroso?
Everybody's Got Something To Hide Except Me And My Monkey

5. Descreva sua atual relação com seu namorado ou pretendente:
Here comes the Sun

6. Onde queria estar agora?
Here there and everywhere

7. O que pensa a respeito do amor?
All you need is love

8. Como é sua vida?
Magical Mystery Tour

9. O que pediria se pudesse ter apenas um desejo?
Don't let me down

10. Escreva uma frase sábia:
Tomorrow Never Knows

I love the sound of...


I swapped my innocence for pride

Crushed the end within my stride
Said 'I'm strong now I know that I'm a leaver"
Mascara bleeds a blackened tear
And I am cold, Yes I'm cold, But not as cold as you are.



Somos as muchachas de copacabana. Ela é uma maníaca, uma maníaca na pista. E ela está dançando como nunca dançou antes.

Arrasa o meu projeto de vida... a Santa às vezes troca meu nome e some nas altas da madrugada. A Rosa garante que é sempre minha, quietinha saiu pra comprar cigarro. Demente, inventa cada carícia. Egípcia, me encontra e me vira a cara. Bandida, cadê minha estrela guia. Vadia, me esquece na noite escura, mas jura, me jura que um dia volta pra casa... a Rosa...


Gosto de tudo isso. E mais um pouco.