domingo, 6 de novembro de 2005

Mary Jane

What's the matter Mary Jane, you had a hard day
As you place the don't disturb sign on the door
You lost your place in line again, what a pity
You never seem to want to dance anymore

It's a long way down
On this roller coaster
The last chance streetcar
Went off the track
And you're on it

I hear you're counting sheep again Mary Jane
What's the point of trying' to dream anymore
I hear you're losing weight again Mary Jane
Do you ever wonder who you're losing it for

Well it's full speed baby
In the wrong direction
There's a few more bruises
If that's the way
You insist on heading

Please be honest Mary Jane
Are you happy
Please don't censor your tears

You're the sweet crusader
And you're on your way
You're the last great innocent
And that's why I love you

So take this moment Mary Jane and be selfish
Worry not about the cars that go by
All that matters Mary Jane is your freedom
Keep warm my dear, keep dry

Tell me
Tell me
What's the matter Mary Jane

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Alanis Morissette, cantora das minhas mágoas.
i´m mary jane.
and you know what's the matter.

segunda-feira, 17 de outubro de 2005

Valsinha

Um dia ele chegou tão diferente do seu jeito sempre chegar
Olhou-a dum jeito muito mais quente do que sempre costumava olhar
E não maldisse a vida tanto quanto era seu jeito sempre falar
E nem deixou-a a só num canto, para seu grande espanto convidou-apra rodar
Então ela se fez bonita como há muito tempo não queria ousar
Com seu vestido docotado cheirando a guardado de tanto esperar
Depois os dois deram-se os braços como há muito tempo não se usava dar
E cheios de ternura e graça foram para a praia e comearam a se abraçar
E lai dançaram tanta dança que a vizinhança toda despertou
E foi tanta felicidade que toda a cidade enfim se iluminou
E foram tantos beijos loucos
Tantos gritos roucos como não se ouvia mais
Que todo mundo compreendeu
E o dia amanheceu
Em paz

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Vinícius e Chico. mestres.
dispensam comentários.
não sei fazer poemas de felicidade,
estou feliz e isso me basta,
deixo que eles façam por mim.

terça-feira, 4 de outubro de 2005

Leminski nº5

Caipira, anil de pensamento
Na verdade um enfrentamento,
Como competir e piscar, sem poder
Entender sobre ilusões
Que contam com nuvnes que nublam o tempo
Que contam as histórias que nublam o tempo
Que conta as pessoas que caminham e cantam
E dançam e dançam e
Se amam e se amam
E se amam e se amam
E se amam e se amam e se amam...
fade out

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um poema que não é do leminksi. é meu e de mais muita gente.
foi feito em grupo, onde uma pessoa escrevia um verso, e a pessoa subsequente só podia ver o verso imediatamente anterior, sem saber como vinha o poem. faz sentido com mais de 3 pessoas. no caso eram umas 9. por que leminski? a cidade era curitiba.

domingo, 2 de outubro de 2005

nada sempre (é) muito



um meu poema do fernando.
um exercício de metalinguagem (pois se tem créditos é citação, né?)muito bem feito por ele.
quem é o autor?
isso de autoria não existe. fica tudo tão mais simples...
a morte do autor já foi. até o autor supremo já morreu, dizia Nietzsche. quem sou eu pra discutir?
em tempo: essas bolinhas decorativas são muito patrióticas. não sei se gosto mesmo delas. who cares?
em tempo 2: na foto, a lindíssima audrey hepburn, inspiração para muitos, motivo de inveja para outro(a)s. Não eu. Acho que era uma boneca.

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há dias. Eu esqueço-me.
esqueço eu
esqueço que sou gente
esqueço que respiro
esqueço tenho fome,
estômago,
enjôo,

tudo parece mais branqui(e)cento

nesses dias. Eu esqueço-me.
esqueço da casa,
esqueço de comprar chicletes
contas do mês,
nomes
esqueço do colo
esqueço de ass(ass)inar meus papéis

há dias. Eu esqueço-me.

nesses dias – vida.
Esqueça.

Sorriso irônico

você teve sua vez:
eu estava disposta
ser amante,
a outra, a última,
qualquer coisa;
eu aceitava.

esnobou, riu.
eu? nada. só silêncio.
tímido e resignado silêncio.

hoje, sozinho,
vem com essa de 'meu bem'?
não, companheiro,
já passou, tudo isso
não me convence mais.

resta só o silêncio.

e o irônico sorriso.

sábado, 1 de outubro de 2005

não corte seus pulsos

imensamente sinto
solidão no corpo
desejo preenchido
a alma que grita
o peito que afaga

imensamente desejo
o corpo que pesa
teu beijo que arranha
meu carinho que arde
a companhia. tua

imensamente piegas
palavras desajeitadas
mas o que exclama
vem em busca do outro,
que lhe escapa.

não, não corte seus pulsos
ainda há tempo
a musica não terminou.
ainda há gentes correndo
e crianças gritando

ainda há corpos se amando.
não os nossos - esses,
há muito se foram -
mas corpos de outros,
amantes mais felizes que nós.

imensamente pesar
das possibilidades:
as que foram
e as que não foram
pesar, três vezes pesar,
das possibilidades que virão.

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poemeto do onibus.
podia ser, não?
to pensando em entrar pro GPL.
ui não, deus (deus???) que me livre e guarde.
com promessas de dias melhores.

quarta-feira, 28 de setembro de 2005

nada (é) muito

há dias em que eu me esqueço
esqueço que sou eu
esqueço que sou gente
esqueço que respiro
esqueço que tenho fome,
estômago,
enjôo,

tudo parece mais branquicento

nesses dias em que eu me esqueço
esqueço da casa,
esqueço de comprar chicletes
esqueço das contas do mês,
esqueço dos nomes
esqueço do colo
esqueço de ass(ass)inar papéis

há dias em que eu me esqueço.

nesses dias tenho a vida.

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um poema ao dia de hoje, 28 de setembro.
o dia que me esqueço.
aqueço a memória do que esqueço.
hoje é o dia que tenho que lembrar de esquecer. ou esquecer de lembrar. ou lembrar de apenas lembrar.
lembranças, e nada mais.

segunda-feira, 26 de setembro de 2005

vírgulas

Jogo eu,
Tu,
Eu, sem,
Tu,
Tu, eu,

... (Silencio)...

Ares da noite, (em Satie,)
Tu, eu, tu, sem
Eu,

... (Silencias)...

Corpo Meu, teu,
Meu, ser
Meu, sem
Teu, tu, eu,

... (Silêncio)...

Palavras,
Trocadas, jogadas,
Perigos,
Sem,
Quedas,
Sem,
Arranhões,
Sem,
Amores perdidos

Brutos (e) silêncios.

Sonoros (e) respiros,
... Reticências...

Ser
Meu,
Tu,
Princípio teu,
Eu,
Acasos.


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tuncado, confuso.
vai outro, simplório:
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a gente se escreve pelo avesso
e o nosso avesso também é a gente.
mas sou eu,
não o avesso,
o verso

domingo, 25 de setembro de 2005

poema em linha reta

Nunca conheci quem tivesse levado porrada.
Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo.

E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil,
Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita,
Indesculpavelmente sujo.
Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho,
Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo,
Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas,
Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante,
Que tenho sofrido enxovalhos e calado,
Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda;
Eu, que tenho sido cômico às criadas de hotel,
Eu, que tenho sentido o piscar de olhos dos moços de fretes,
Eu, que tenho feito vergonhas financeiras, pedido emprestado sem pagar,
Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho agachado
Para fora da possibilidade do soco;
Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas,
Eu verifico que não tenho par nisto tudo neste mundo.

Toda a gente que eu conheço e que fala comigo
Nunca teve um ato ridículo, nunca sofreu enxovalho,
Nunca foi senão príncipe - todos eles príncipes - na vida...

Quem me dera ouvir de alguém a voz humana
Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia;
Que contasse, não uma violência, mas uma cobardia!
Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam.
Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?
Ó principes, meus irmãos,

Arre, estou farto de semideuses!
Onde é que há gente no mundo?

Então sou só eu que é vil e errôneo nesta terra?

Poderão as mulheres não os terem amado,
Podem ter sido traídos - mas ridículos nunca!
E eu, que tenho sido ridículo sem ter sido traído,
Como posso eu falar com os meus superiores sem titubear?
Eu, que venho sido vil, literalmente vil,
Vil no sentido mesquinho e infame da vileza.


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Pessoa, o Fernando.

bom pra um domingo de chuva e vento.
um típico domingo pra endomingar.