segunda-feira, 17 de outubro de 2005

Valsinha

Um dia ele chegou tão diferente do seu jeito sempre chegar
Olhou-a dum jeito muito mais quente do que sempre costumava olhar
E não maldisse a vida tanto quanto era seu jeito sempre falar
E nem deixou-a a só num canto, para seu grande espanto convidou-apra rodar
Então ela se fez bonita como há muito tempo não queria ousar
Com seu vestido docotado cheirando a guardado de tanto esperar
Depois os dois deram-se os braços como há muito tempo não se usava dar
E cheios de ternura e graça foram para a praia e comearam a se abraçar
E lai dançaram tanta dança que a vizinhança toda despertou
E foi tanta felicidade que toda a cidade enfim se iluminou
E foram tantos beijos loucos
Tantos gritos roucos como não se ouvia mais
Que todo mundo compreendeu
E o dia amanheceu
Em paz

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Vinícius e Chico. mestres.
dispensam comentários.
não sei fazer poemas de felicidade,
estou feliz e isso me basta,
deixo que eles façam por mim.

terça-feira, 4 de outubro de 2005

Leminski nº5

Caipira, anil de pensamento
Na verdade um enfrentamento,
Como competir e piscar, sem poder
Entender sobre ilusões
Que contam com nuvnes que nublam o tempo
Que contam as histórias que nublam o tempo
Que conta as pessoas que caminham e cantam
E dançam e dançam e
Se amam e se amam
E se amam e se amam
E se amam e se amam e se amam...
fade out

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um poema que não é do leminksi. é meu e de mais muita gente.
foi feito em grupo, onde uma pessoa escrevia um verso, e a pessoa subsequente só podia ver o verso imediatamente anterior, sem saber como vinha o poem. faz sentido com mais de 3 pessoas. no caso eram umas 9. por que leminski? a cidade era curitiba.

domingo, 2 de outubro de 2005

nada sempre (é) muito



um meu poema do fernando.
um exercício de metalinguagem (pois se tem créditos é citação, né?)muito bem feito por ele.
quem é o autor?
isso de autoria não existe. fica tudo tão mais simples...
a morte do autor já foi. até o autor supremo já morreu, dizia Nietzsche. quem sou eu pra discutir?
em tempo: essas bolinhas decorativas são muito patrióticas. não sei se gosto mesmo delas. who cares?
em tempo 2: na foto, a lindíssima audrey hepburn, inspiração para muitos, motivo de inveja para outro(a)s. Não eu. Acho que era uma boneca.

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há dias. Eu esqueço-me.
esqueço eu
esqueço que sou gente
esqueço que respiro
esqueço tenho fome,
estômago,
enjôo,

tudo parece mais branqui(e)cento

nesses dias. Eu esqueço-me.
esqueço da casa,
esqueço de comprar chicletes
contas do mês,
nomes
esqueço do colo
esqueço de ass(ass)inar meus papéis

há dias. Eu esqueço-me.

nesses dias – vida.
Esqueça.

Sorriso irônico

você teve sua vez:
eu estava disposta
ser amante,
a outra, a última,
qualquer coisa;
eu aceitava.

esnobou, riu.
eu? nada. só silêncio.
tímido e resignado silêncio.

hoje, sozinho,
vem com essa de 'meu bem'?
não, companheiro,
já passou, tudo isso
não me convence mais.

resta só o silêncio.

e o irônico sorriso.

sábado, 1 de outubro de 2005

não corte seus pulsos

imensamente sinto
solidão no corpo
desejo preenchido
a alma que grita
o peito que afaga

imensamente desejo
o corpo que pesa
teu beijo que arranha
meu carinho que arde
a companhia. tua

imensamente piegas
palavras desajeitadas
mas o que exclama
vem em busca do outro,
que lhe escapa.

não, não corte seus pulsos
ainda há tempo
a musica não terminou.
ainda há gentes correndo
e crianças gritando

ainda há corpos se amando.
não os nossos - esses,
há muito se foram -
mas corpos de outros,
amantes mais felizes que nós.

imensamente pesar
das possibilidades:
as que foram
e as que não foram
pesar, três vezes pesar,
das possibilidades que virão.

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poemeto do onibus.
podia ser, não?
to pensando em entrar pro GPL.
ui não, deus (deus???) que me livre e guarde.
com promessas de dias melhores.