sábado, 1 de agosto de 2009

Averso

faz anos que penso sobre isso - aliás, existe uma outro versão desse poema nesse blog.

me descrevo pelo avesso
e o avesso também é meu.
mas sou eu,
não o avesso,
o verso


eu sei que é brega, mas fazer o quê?

paciência

ainda desconheço.
ainda procuro.
exercito e os anos passam,
insuficientes.
esperar, esperar, esperar, esperar, exasperar

acendo um cigarro e penso no que foi.
penso.
penso.
exaspero novamente.
procuro teu - vossos - corpo(s)
ao meu lado,
encontro uma calça jeans e um vestido amassado

escada abaixo,
cerveja ou vinho, já não sei,
acompanham o cigarro aceso
mas eu estou só,
e as pequenas tarefas cotidianas
parecem impossíveis.

para que falar do tempo, do tempo, do clima, das horas?
por que esperar, sem saber o motivo?
buscar, sem saber o quê?
e ainda assim buscamos.

em cada corpo, uma resposta,
um sonho desfeito,
novo pensar,
novo exasperar,
novo esperar.

e nova busca.
e nova falta.
e nunca uma casa,
nunca o conforto de ter,
definitivamente,
encontrado.