sábado, 3 de julho de 2010

A fruta da árvore... peixinho é.

Hoje eu descobri que gosto de Marina Lima. 

É, eu sei. Datado. Esquisito. Aleatório... Talvez nem tanto.

Estava aqui, nessa madrugada esquisita de sábado, pensando em como a vida anda rápido, dá voltas, pessoas entram e saem dos nossos destinos sem o menor aviso prévio - sim, sim, aquela coisa toda muito deprê e/ou emotiva e/ou motivacional e/ou saudável que vez ou outra fazemos para arrumar as idéias (as minhas com acento, sim senhor!) e seguir nossas existências - quando uma frase pulou na frente de toda essa baderna. Seis palavras, sem mais nem menos: "eu não sei dançar tão devagar". A rima veio menos de um segundo depois "para te acompanhar". Antes que me desse conta, já pensava em Marina Lima e digitava os versos no google, buscando pelo áudio.

Marina é uma cantora que eu jamais citaria entre as minhas favoritas. Certamente não entraria em nenhuma lista consciente que eu pudesse ter feito nos últimos anos, e provavelmente jamais figuraria em uma conversa minha com algum amigo. Mas ela surge assim, do nada, quando tem que vir.

Marina é a cantora da minha infância, de quando lembro da minha mãe ouví-la no aparelho de som a todo volume, e me chocar  - aquele choque de incompreensão - com versos que diziam "é que eu tô grávida, grávida de um beija-flor, grávida de terra, de um liquidificador. E vou parir um terremoto, uma bomba, uma cor, uma locomotiva a vapor". Lembro de pensar coisas como "Como pode alguém cantar que está grávida?" Grávida parecia uma palavra tão feia para "esperando neném"... E ainda por cima esperando um trem! Entre choques e desgostos, cresci ao som de Marina. 

Foi dela a minha primeira versão de Fullgás, foi Marina que me contou o que era topless e que as meninas andavam de bundinha de fora. Conheci o primeiro carente profissional com ela. Por essas e outras, como não gostar de Marina? Como não ter Marina no fundo do imaginário? Marina não é luxo nem lixo, Marina, em mim apenas existe. À francesa.

2 comentários:

Flavia C. disse...

Que graça: acho que você gosta de Marina como eu gosto. Mas, como sou um bocadito mais velha, ficou pra mim a imagem da mulher de voz sensualíssima, um misto de agressividade masculina e sensibilidade feminina. E como não gostar de Marina? Beijo!

Don Mattos disse...

Eu gosto bastante dela, mas só quando está vestida.