Na ânsia de não se perder,
jogou palavras no ar
arremessou-as contra paredes,
carros,
sonhos.
pisoteou flores
que brotavam tenras
e frágeis, indefesas
tudo que esperava eram aquelas palavras,
aquele brilho que não via cruzar o outro olhar.
naquela queda de braço maldita ninguém cederia
e assim desmereciam-se.
palavras voavam mais
cada vez mais rasantes
mais ríspidas,
mais rápidas,
mais ásperas,
mais chorosas,
mais desalentadas
e, quando, enfim, veio a cartada final,
não aguentou o peso
das próprias pernas:
correu como nunca havia corrido antes.
sem jamais olhar pra trás.
Um comentário:
adorei.
lindo.
e o final é o melhor de tudo.
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