domingo, 25 de setembro de 2011

Como sempre

Ainda sinto o cheiro de cigarro na boca, entre os dedos, preso eternamente às narinas. Aquele cigarro roubado, todas as vezes, já virou marca que nos une. Da mesma forma, o gosto amargo da cerveja bebida, a cada semana, confunde nossas cabeças e faz ver mistérios onde não há.

Você, na verdade, são vocês. A noite, em verdade, são muitas noites. E os beijos e os gostos, bem, esses são muitos também. mas vocês pensam que são únicos, e eu lhes deixo crer. Deixo viverem na fantasia de que são os maiores e que me possuem. Deixo que acreditem numa paixão desmesurada. Deixo que pensem que eu sou frágil e que suas masculinidades me podem machucar.

Assim vocês se vão enredando, perdendo o senso. E, quando tu - ou seriam vocês? - acordares, ela - ou seria eu? - não estará mais ao seu lado, evaporada com a primeira luz da manhã.

Acredita, amor, que toda mulher te pode amar. Mas assim, aviso, viverás tua perdição.

Um comentário:

Abel da Silveira disse...

ô, larinha, que texto lindo!