terça-feira, 16 de março de 2010

Madrugada

Já não consigo dormir sem ter teu corpo ao meu lado;

Você me diz bobagens, sussurra indecências ao meu ouvido, reclama do tempo que não passa e me fala de urgência.
Concordo, impotente, e por sobre os continentes e linhas, entre os oceanos, paralelos e meridianos, chegamos à beira do abismo. A urgência se faz imediata, emergência, instantânea. Sussurros, gemidos, corpos indistintos. Nós dois a nos perdermos em nossos próprios corpos.
E dez, ou vinte, ou quarenta ou sessenta minutos depois, quando é hora de morrer, a tua voz tranquila me dá boa noite, do outro lado do mundo.

Mas o caso é que eu já não consigo dormir sem te ter ao meu lado.

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