Para todos os amigos do Rio. Em especial, para Anita e Artur.
Qual o saldo de dez dias de carnaval?
O que será que me dá,
Que me bole por dentro, será que me dá,
Que brota à flor da pele, será que me dá,
Que me bole por dentro, será que me dá,
Que brota à flor da pele, será que me dá,
Bem, além de uma gripe horrorosa - mais parecendo tuberculepra cancerosa (como diria mamãe) - além de uma unha quebrada no sabugo, além de alguns colares, além de leque de penas, bonecas de barro, flor de cabelo e uma camiseta hand made que gerou comentários, além de milhares de fotografias, além de vídeos, além de tudo isso, ficou uma marca permanente.
E que me sobe às faces e me faz chorar,
E que me salta aos olhos a me atraiçoar
E que me aperta o peito e me faz confessar
E que não tem mais jeito de dissimular
E que não é direito ninguém recusar
E que me salta aos olhos a me atraiçoar
E que me aperta o peito e me faz confessar
E que não tem mais jeito de dissimular
E que não é direito ninguém recusar
Eu não acreditava em amor à primeira vista; não sei ainda se acredito; mas o fato é que algo aconteceu nesses dez dias, algo mudou pra sempre dentro de mim, e me fez uma pessoa mais feliz. Sabe quando algo bate dentro da gente, vira de lado, nos dá chutes na barriga?
E que me faz mendigo e me faz implorar
O que não tem medida nem nunca terá
O que não tem remédio nem nunca terá
O que não tem receita.
O que não tem medida nem nunca terá
O que não tem remédio nem nunca terá
O que não tem receita.
Esse amor, essa coisa que eu senti, sinto, sentirei, é assim, sem mais nem menos, que dá e passa, e volta e fica, e come bolo, e bebe cervejas e depois toma vinho e dá risada e se emociona nas pequenas coisas. Arrepia e faz arrepiar. Não sente culpa e não faz culpar. Isso que Anita e Artur me fizeram viver; amor de amigo, instantâneo.
O que será que será
Que dá dentro da gente e que não devia
Que desacata a gente, que é revelia
Que é feito uma aguardente que não sacia
Que é feito estar doente de uma folia
Que dá dentro da gente e que não devia
Que desacata a gente, que é revelia
Que é feito uma aguardente que não sacia
Que é feito estar doente de uma folia
Algumas coisas talvez sejam grandemente pequenas demais pra escrever aqui, outras, pequenamente grandes para serem compartilhadas nessas páginas imorais, para serem maculadas em sua pureza, com descrições cansativas e insuficientes.
Que nem dez mandamentos vão conciliar
Nem todos os ungüentos vão aliviar
Nem todos os quebrantos, toda alquimia
Que nem todos os santos, será que será
Nem todos os ungüentos vão aliviar
Nem todos os quebrantos, toda alquimia
Que nem todos os santos, será que será
Não tem receita mesmo. Como poderíamos prever, Anita, Artur, que esses dez dias seriam tão incríveis? Como poderíamos prever que eu jamais me sentiria a terceira roda da moto, como poderíamos adivinhar que, tendo o Artur partido antes (para breve retorno), sentiríamos, eu e Anita, um vazio permanente, ainda que estivéssemos perfeitamente bem na companhia uma da outra?
O que não tem descanso, nem nunca terá
O que não tem cansaço, nem nunca terá
O que não tem limite
O que não tem cansaço, nem nunca terá
O que não tem limite
Como explicar pra todo mundo que passar a segunda feira do carnaval à luz de velas lendo poesia foi melhor do que pular loucamente no sargento pimenta? Coisa de maluco, mesmo. Coisa maravilhosamente louca.
(pausa:
Ai que vida boa olerê,
Ai que vida boa olara,
O estandarte do sanatório geral
Vai passar!)
O estandarte do sanatório geral
Vai passar!)
E foram blocos, passeios, um cristo que teimava em não aparecer, para enfim me maravilhar na penúltima noite, e Paquetá e Parque Lage e Forte e Colombo e Saara e Dona Ivone e arcos da lapa e tour pelo centro e museu de belas artes e teatro rival e ancine e catedral-bordel e lomografia e fotografia e... e... e...
O que será que me dá
Que me queima por dentro, será que me dá
Que me perturba o sono, será que me dá
Que todos os ardores me vêm atiçar
Que todos os tremores me vêm agitar
Que me queima por dentro, será que me dá
Que me perturba o sono, será que me dá
Que todos os ardores me vêm atiçar
Que todos os tremores me vêm agitar
E gentes, muitas delas. Flávia, Ronaldo, Fatih, Ruken, Alessandra, Akio, Leo, Rodrigo, Andressa... ah, eram muitos desculpem se não cito todos, mas saibam: estão todos aqui, comigo... mas, claro, não devo esquecer das queridas Cecília e Catarina, nem dos gatões Otto e Zico.
E todos os suores me vêm encharcar
E todos os meus nervos estão a rogar
E todos os meus órgãos estão a clamar
E uma aflição medonha me faz suplicar
E todos os meus nervos estão a rogar
E todos os meus órgãos estão a clamar
E uma aflição medonha me faz suplicar
Ficam tantas coisas por comentar... tantas ainda por sentir... tantas já sentidas... confusas, mas deliciosamente insistentes. Sonhei que estava no Rio, e, de repente, era verdade. E era ainda melhor do que eu havia sonhado.
O que não tem vergonha, nem nunca terá
O que não tem governo, nem nunca terá
O que não tem juízo
Pouco resta a dizer, ainda que haja muito a falar; restam-me as fotos e o amor que ficou, e, a vocês, o meu obrigada, amigos, por terem tornado esses diazinhos alguns dos mais especiais da minha vida.
O que não tem vergonha, nem nunca terá
O que não tem governo, nem nunca terá
O que não tem juízo
Pouco resta a dizer, ainda que haja muito a falar; restam-me as fotos e o amor que ficou, e, a vocês, o meu obrigada, amigos, por terem tornado esses diazinhos alguns dos mais especiais da minha vida.
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