e direi tudo aquilo que me atravessa a garganta, numa traqueostomia indesejável.
Amanhã eu escreverei, e todas aquelas palavras ruins e dolorosas serão atiradas, viajando a mais de 180 quilômetros por hora, em direção a tua cabeça, teus olhos e teu peito (nu).
Amanhã eu escreverei, e tu serás mortalmente ferido, ainda que não percebas na hora, sangrando lentamente, em morte silenciosa.
Amanhã eu escreverei, e será o início do (teu) fim.
Amanhã, quando eu escrever, chorarei o choro amargo e contido das viúvas, dignas de respeito, vendo definhar um coração outrora tão vermelho, vivo e pulsante, hoje pálido, apático e enrijecido pela dor.
Enquanto espero pelo dia de amanhã - quando eu escreverei tua sentença - em algum lugar, (talvez lá fora, na rua, ou dentro de minha cabeça - já não importa mais) um acoredon sopra uma canção melancólica. E já não consigo mais chorar por te ver partir, embora estas lágrimas estúpidas insistam em rolar por minha face e teimem em molhar meu colo.
Amanhã... Eu te mato.
Um comentário:
Vai chegar um tempo em que você vai rir de tudo isso.
Para de chorar, Lara.
Não vale a pena...
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