domingo, 27 de dezembro de 2009

Samba do adeus

Vai, e leve esse anel, para um novo amor.
Vai, e leve teus trapos, não volte mais.
Vai, e leve tudo que é seu, não deixe rastros.
Vai, e leve teu corpo, não deixe nem sombra.
Vai, e leve teu cheiro, que os lençóis que ficarem eu vou queimar.
Vai, e leve tua alma, mas deixe meus restos aqui.

Minhas lembranças eu vou doar,
Pois em leilão não faria vintém,
Há gente precisada, sabes bem,
Há gente buscando por um amor.

A vida que tive contigo amor
Foi ilusão, só ilusão, foi
Carta marcada, num baralho velho
Foi samba rimado por amador.

Foi bonito sim, como um versinho
De criança inocente, amor-com-dor
Foi coisa sonhada, utopia
Uma fantasia que não convenceu.

Agora vai, levante daí,
Junta tuas coisas e deixe-me só
Que eu vou guardar meu coração
Pra outro momento que rime melhor

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texto antigo, lá de 2006. achei enquanto limpava uns emails velhos do yahoo. prova de que não consigo fazer rima.

Um comentário:

Flavia C. disse...

Ah, não rimar é o de menos... pontinha de inveja por não ser capaz de escrever assim, poeticamente! Tenho cá pra mim que isso me salvaria das garras bem maldosas da minha prosa... rs