No compasso de uma borboleta eu vou. Voando desastrada, sem seguir uma linha reta. Pouso em flores, dou voltas... Vôo sem saber a rota, mas com destino certo.
Todo nascimento é também um rito de morte.
O passo do bebê girafa, após nascer - e despencar de mais de um metro de altura - é incerto, mas fundamental: levanta-te ou te devoram.
O mesmo se dá com as borboletas: é preciso voar. Secar-se rapidamente ao sol da manhã e partir. As asas, ainda úmidas, parecem não saber seu propósito, e eu, antes lagarta, ainda olho as costas e procuro entender de que forma aquelas estruturas brotaram em mim. Me acostumo com as asas recém descobertas: Não é fácil sair da crisálida. Mas, tal qual ela busca a flor mais cheirosa, eu busco a felicidade.
Mesmo que leve mil anos, mesmo voando incertamente, mesmo que alguma outra flor me engane e pareça, erroneamente, ser aquela que procuro, mesmo que eu tenha que recomeçar, eu sei que chegarei lá. Podem apostar.
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